Perguntas frequentes

As escolas são, por excelência, um fórum de discussão de ideias e de promoção, pelo exemplo e pela partilha de conhecimento, da adoção de atitudes e de comportamentos de cidadania decisivos para o dia a dia dos jovens estudantes. São, ainda, um importante veículo de conhecimento para fora do seu âmbito, para a comunidade, em geral, já que os jovens disseminam informação pertinente no seu entorno familiar.

É com base na confiança das escolas envolvidas no projeto quanto às metodologias propostas que é possível realizar várias das atividades do projeto, entre as quais, o programa de rádio, e avaliar a sua eficácia enquanto ferramentas de educação para o risco de incêndio e para a prevenção.

As escolas do distrito de Viseu são o destinatário do ForestFM. Neste momento, estamos a implementar o projeto nos seguintes Agrupamentos de Escolas:

  • Carregal do Sal
  • Mortágua
  • Nelas
  • Tondela Tomaz Ribeiro

Contudo, se é professor/a, dirigente ou encarregado/a de educação de um/a estudante de uma escola do distrito de Viseu e tem interesse em perceber de que forma a sua escola poderia participar no projeto, contacte-nos através do e-mail: forestfm@ispup.up.pt

O distrito de Viseu foi um dos mais afetados pela vaga de incêndios de outubro de 2017, a seguir a Coimbra, com impactos em todos os setores da economia, na vida social, no ambiente, na saúde… e com perda de vidas humanas.

Com o projeto ForestFM, pretendemos valorizar o conhecimento das comunidades afetadas por estes incêndios e perceber de que forma a produção de um programa de rádio comunitário poderá contribuir para a preparação da comunidade afetada em eventos futuros.

Neste projeto, os estudantes aprendem, de forma autónoma e criativa, sobre a fase de prevenção de incêndios através da produção de um programa de rádio, onde documentam as experiências da população local e entrevistam especialistas, descobrem novos formatos de comunicação e desenvolvem capacidades de análise e de síntese de informação. Através da recolha de depoimentos da comunidade, promove-se, ainda, a valorização do conhecimento das gerações mais velhas pelos mais jovens e, desta forma, a intergeracionalidade.

Pretende-se, simultaneamente, dar voz, literalmente, aos mais jovens, que desenvolvem os seus próprios conteúdos de rádio, e preparar as gerações futuras para os incêndios.

A dimensão catastrófica dos incêndios de 2017, em Portugal, motivou-nos a refletir sobre a importância da comunicação do risco de incêndio para promover a prevenção e preparação das comunidades e reduzir os danos. Devido a fatores múltiplos e interdependentes, o problema dos incêndios em Portugal é estrutural e tende a ser agravado pelas consequências das Alterações Climáticas que criam condições para uma maior frequência dos incêndios extremos.

Considerando que o nível de preparação da população portuguesa para prevenir e reagir a incêndios é baixa e que a maior parte dos incêndios tem origem humana, a promoção de conhecimento e o desenvolvimento de ações de comunicação de risco são cruciais.

A rádio apresenta vantagens face a outros meios de comunicação, já que é acessível ao utilizador (facilmente disponível e sem custos significativos), familiar à generalidade das pessoas e facilitadora da comunicação intergeracional. É um media adequado à criação de uma cultura de segurança, mas também à difusão de informação durante os incêndios, pois mantém-se em atividade mesmo quando a comunicação via televisão ou telemóvel colapsam, devido a falhas de energia ou de cobertura de rede, incluindo em zonas mais isoladas.

A rádio pode ser utilizada para disseminar informação crítica, que ajude as pessoas a tomarem decisões informadas sobre prevenção de incêndios. Pode, ainda, ser utilizada, na fase de recuperação, na difusão de informação, contribuindo para a mobilização social e para a sua resiliência.

O programa de rádio comunitária, desenvolvido pelos jovens estudantes do distrito, pretende envolver a comunidade local (população e especialistas, pessoas envolvidas nos incêndios de 2017, com conhecimento de causa), através da recolha dos seus depoimentos. A rádio criada pelos membros de uma comunidade tende a atrair audiências e participação mais expressivas (uma vez que há uma maior identificação dos ouvintes com os locutores e intervenientes), bem como a identificação de obstáculos e de soluções.